segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Homofobia Amarela: uma opressão nas entrelinhas


Alguém já parou pra pensar sobre o compromisso que um veículo assume ao tratar um tema que gera violência, inclusive física, contra um grupo. Longe de querer discutir a objetividade e imparcialidade jornalística, que sozinhas já podem render muitos parágrafos de revolta, minha tristeza dessa semana foi encontrar nas paginas amarelas da revista Veja uma entrevista nitidamente homofóbica.

Vamos ao acontecido: A entrevistada virou pauta da revista por ter seu registro profissional cassado pelo conselho federal de psicologia por declarar que a homossexualidade é uma doença tratável. Além dessa afirmação a entrevistada declara que os movimentos organizados LGBT são grupos com idéias nazistas de uma eugenia homossexual e que seu modo de agir, junto com o movimento feminista, é destruir os valores morais além da propagação, pelos LGBT de doenças sexualmente transmissíveis.

Nesse contexto a entrevista é guiada por uma jornalista que não tem contra argumentos além do obvio “Eles não escolhem ser assim”. Esquecendo que não é por ser escolha ou não que o tema “cura de homossexuais” tem que ser olhado, já que gostar do mesmo sexo não é passível de cura porque não é doença! E ponto! Além disso, ela é creditada como psicóloga mesmo com seu registro cassado e aparece nas fotos escondida alegando que sofre ameaças.

Olha quanta coisa bonita de ser ver jogada, de modo unilateral, em uma das sessões de maior visibilidade da revista. Todas as decisões editoriais levaram a um tratamento leviano de um tema que quando encarado levianamente pode, no fim do barbante, causar até mortes por espancamento ou omissão. E a imagem de uma mulher escondida atrás de mascaras fugindo de um grupo “nazista” não pode ser olhado de modo inocente. Será que alguém, além de mim, percebe nessa exposição, um posicionamento escolhido diante do tema? E que a revista Veja, com a omissão dos outros lados, ao colocar o tema na sessão que está, gera contra esse grupo violência?

Um comentário:

  1. Ziz, não concordo com seu ponto de vista. Achei a jornalista coerente nas perguntas. Tanto que ela conseguiu algo que nenhum outro veículo havia conquistado até entao (Fantastico, Folha de SP): mostrar o quão equivocada e louca é esta suposta psicóloga. O que me entristece mais é ver alguns setores da sociedade civil apoiando essa senhora. Isso demonstra uma falta de conhecimento em relação a homossexualidade enquanto orientação sexual e do homossexual enquanto pessoal. O que é mais preocupante: Hitler não matou 10 milhões de pessoas sozinho, ele contou com apoio (e silencio consentido) de tantos outros milhões. Vejo o mesmo principio no suporte de algumas entidades a esse disucrso homofobico. Léo!!

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